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sinto-te perdida nesta vida
viras as costas à tua alegria
e ao amor não sentido ainda
sinto o teu corpo em lamento
uma solidão presa num gemido
no grito que me traz o vento
qual dor qual sofrimento
de um olhar já tão dolorido
de tão sagrado sentimento
recorda - amor - este momento
deste sentir a te sentir agora
num suave e breve fragmento
é hora - tenho que ir embora
eu nunca quisera ser violento
com a tristeza que em ti mora
a alegria de mim é o teu alento
abre a porta - eu estou lá fora
falas em silencio comigo
por entre a tua voz
murmúrio cálido
do meu sossego
a aquecer o meu pensamento
a derreter o aço das palavras
que vagueiam sozinhas
para moldar a minha alma
em forma de baú
onde irei guardar
lembranças da tua fala
quando a saudade
me vier tocar
poderei então abri-lo
com os códigos
dos nossos segredos
e remexer nas tuas palavras
que protejo dentro do peito
diamantes lapidados
ouro de alto quilate
rubis safiras
esmeradas alexandritas
topázios turquesas
perolas negras…
jamais as poderei perder
valem todo o meu viver
o elo de te ter e não ter
sussurros de ti
escolhidos para mim
e nada mais vale
do que este valioso tesouro
palavras nunca ditas antes
mas que guardas em mim
em timbre melodioso
da voz de Paula Fernandes
é este inigualável valor
de quão elevado riqueza
que faz um homem pobre
de palavras sem valia
deter um preciso tesouro
dos tons da tua melodia
haverá alguém
mais rico do que eu?
tão perto
estás ao pé de mim
tão longe
estou eu
presente em ti
tão perto
está tu no meu sonho
tão longe
estou eu
em teu desejo
tão perto
está este poema
dentro de mim
tão longe
o sentes
no coração em ti
este perto
que se faz longe
e este longe
que é tão perto
faz um perto de mim
por sentir-te tão longe
e num perto fim
se eu pudesse
fazer do perto longe
e o longe perto
tudo era entre mim e ti…
mas eu não posso...
e assim distante de ti
sonho-te apenas
perto de mim
traz o inverno este frio
das nuvens já caem as cores
e ouve-se seus gemidos no céu
e a terra
está cinzenta e pálida
pede o branco da neve
mas esta não vem - tarda
e Janeiro
é este frialdade sepulcrário
onde só a chuva se delicia
nas árvores doridas
nos frutos em mágoa
da primavera que não chega
e eu
sinto-me a seguir ao contrário
cada noite é mais fria
não há mulher que se desnude
os beijos gelam nos lábios
apenas chove em meus olhos
só o perfume da lareira me acalma
e tu
quebra este gelo feito da dor
traz um garrafa de vinho
eu tenho uma lareira e o calor
vem beber um copo comigo...
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