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soubesse eu
de umas quantas palavras
para poder escrever
o que sinto...
fosse eu um tempo
interminável
em gestos e sentimento
fosses tu a invenção
do meu destino
e eu um mero ser eterno
capaz de viver outra vida...
mas há uma falência em mim
cadente de verbo
e roubada pelo tempo
que me impede de exprimir
fico então a olhar teus olhos
em nenhum lugar
o encontro
como será sentir
a sua respiração no vazio?
um só bastaria
para saciar
esta sede e fome
do meu pensamento
tanto mas tanto
é o desejo de o encontrar
quero parar este ruído
que me está
a corroer os sentidos
- cala-te poema!
procuro silêncios
são os teus olhos
que me encantam com tal beleza
um negro escuro transparente
com tua alma espelhada em pureza
um jardim de flores selvagens
onde se inventaram as cores
uma vida vivida num olhar
na verdadeira face da natureza
um jardim de flores selvagens
onde se inventaram as cores
um brilho celestial pelas margens
onde escrevi este frágil poema
um cristal translúcido
que encheu a tinta da minha caneta
num despertar perfumado
a atordoar o caos da minha vida
assim és estro de um ser apaixonado
dentro de um labirinto sem saída
o silêncio sonhou as sombras de ti
nas formas da tua imagem colorida
na memória que se manteve viva
de um certo dia em que eu te vi
agora o silêncio apenas grita a tua vida
nas linhas pretas e brancas do teu perfil
esqueceu-se de ti - partiste nesse dia
apenas recorda a primavera - era abril
as cores do por do sol da lua e o mar
o silêncio nunca as consegue esquecer
(sempre serão lembradas por um olhar)
mas cala-se quando vê uma cor morrer
não foi uma cor do expetro do arco-íris
foi a cor dos teus olhos na minha íris
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