Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
em nenhum lugar
o encontro
como será sentir
a sua respiração no vazio?
um só bastaria
para saciar
esta sede e fome
do meu pensamento
tanto mas tanto
é o desejo de o encontrar
quero parar este ruído
que me está
a corroer os sentidos
- cala-te poema!
procuro silêncios
são os teus olhos
que me encantam com tal beleza
um negro escuro transparente
com tua alma espelhada em pureza
um jardim de flores selvagens
onde se inventaram as cores
uma vida vivida num olhar
na verdadeira face da natureza
um jardim de flores selvagens
onde se inventaram as cores
um brilho celestial pelas margens
onde escrevi este frágil poema
um cristal translúcido
que encheu a tinta da minha caneta
num despertar perfumado
a atordoar o caos da minha vida
assim és estro de um ser apaixonado
dentro de um labirinto sem saída
o silêncio sonhou as sombras de ti
nas formas da tua imagem colorida
na memória que se manteve viva
de um certo dia em que eu te vi
agora o silêncio apenas grita a tua vida
nas linhas pretas e brancas do teu perfil
esqueceu-se de ti - partiste nesse dia
apenas recorda a primavera - era abril
as cores do por do sol da lua e o mar
o silêncio nunca as consegue esquecer
(sempre serão lembradas por um olhar)
mas cala-se quando vê uma cor morrer
não foi uma cor do expetro do arco-íris
foi a cor dos teus olhos na minha íris
foi tão deslumbrante o momento de a ver sorrir
era verdadeira a expressão dos seus sorrisos
longes da minha infância já desaparecidos
momentos de puro menino que ela fez surgir
manifesto de sentimentos do meu tempo feliz
e foi assim de si a minha primeira impressão
com a vida a ser sentida como uma recordação
movida com a grandeza da maior força motriz
uma força histórica capaz de degelar os himalaias
inverter o percurso natural das águas dos rios
e ter evitado a evolução das árvores para as olaias
e te-las metamorfoseadas numa nova revelação
um menino transformado num homem de risos
pela mulher que fecundou sorrisos no seu coração
o meu coração traz uma flor
flor de amendoeira despida
no frio e frente ao mar
onde abelhas a vêm polinizar
a fazer nascer o mel de ti
com doce aroma de inverno
e um cheiro azul do mar
adormecido pelo sol
nas areias doiradas da praia
é assim o meu coração
em pleno mês de fevereiro
neste Algarve branco de neve
onde as águas e o céu
são capaz de nos aquecer
quando pintados por lápis-lazúli
Foto: Jorge Oliveira 2014
fecho os olhos e esqueço que te vi
num sonho que trouxe a saudade
tal como se fosse visitar a eternidade
onde habita a tua presença em mim
ó como te tenho viva na lembrança
perpétuo amor que nas recordações ficou
imagens agora trazidas em tão ligeiro voo
por pomba branca que em minha mão amansa
traz segredos das memórias de sua viagem
a cortar o vento e a abrir a passagem
pelas quimeras dos teus desejos de amante
quem me dera estar de novo com ela
(ela era tão extraordinariamente bela)
… desculpem este meu estado delirante
ajoelho-me perante a tua imagem
nos meus olhos eu já senti os teus
puro encanto de tão esbelta paisagem
ah! como fui eu um dia dizer-te adeus!
o que sonhei amei a dor o amor
pusesse eu os meus sonhos em sangue
para poder dar-lhes o seu devido valor
quantas vezes pensei nesse instante
os meus olhos nos teus assim choraram
e senti estranha tristeza em tanta mágoa
que meus olhos em tal pranto cegaram
hoje por saber de tudo isto morria por ti
afogava meu corpo dentro de tua alma
para poderes viver eternamente em mim
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.